DEU NA MIDIA

Em dia de protestos contra a Vale, afetados lançam Relatório de Insustentabilidade da empresa

18/04/2012 
Por Verena Glass


Nesta quarta, 18, dia em que aconteceu no Rio a assembleia de acionistas da mineradora Vale SA, cerca de 150 manifestantes, representantes de comunidades e de trabalhadores afetados pela Vale, promoveram uma manifestação em frente à sede da empresa para protestar contra violações de direitos trabalhistas e sociais e graves impactos ambientais dos projetos da mineradora no Brasil e em outros países onde atua.

No ato, foi feita a leitura das denúncias contra a empresa e, para finalizar, os manifestantes pintaram na calçada um trilho com tinta vermelha, simbolizando as mais de 100 vítimas de acidentes na estrada de ferro Carajás da Vale, entre Maranhão e Pará.

Concomitantemente ao protesto, seis diretores de organizações ligadas aos afetados, que adquiriram ações da empresa e, como acionistas, participaram da reunião institucional, também apresentaram ao corpo de sócios da mineradora algumas considerações que confrontaram os balanços oficiais da Vale:

- Quanto ao tópico que se referiu a investimentos na “promoção do desenvolvimento das comunidades onde a Vale atua” via Fundação Vale, que tem projetos no Brasil, Colômbia, Nova Caledônia e Moçambique, Andressa Caldas, diretora da ONG Justiça Global, em representação à congregação Combonianos Nordeste, questionou a empresa sobre o processo de expropriação e deslocamento compulsório de mais de 1300 famílias de Moatize, Moçambique, em decorrência da implantação do projeto de mineração de Moma e Moatize.

- Quanto ao tópico que se referiu ao relatório da administração e exame, discussão e votação das demonstrações financeiras de 2011, Brent Millikan, diretor da ONG Rios Internacionais e colaborador do Movimento Xingu Vivo para Sempre, questionou a não menção, análise e avaliação de riscos da aquisição de 9% das ações da Norte Energia SA, consórcio responsável pela usina de Belo Monte. Em seu voto, Millikan propôs a suspensão de investimentos da Vale, por meio da participação societária no consórcio Norte Energia S.A. (NESA), no Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, considerando os elevados riscos econômicos, legais e de reputação para a empresa, conforme demonstrado pela recente premiação de pior empresa do mundo do Public Eye Award de 2012.

- Quanto ao tópico que se referiu aos investimentos em sustentabilidade como estratégia de longo prazo, Carolina Campos, secretária executiva da ONG 4 Cantos do Mundo, ponderou que a empresa considera os licenciamentos ambientais um dos principais entraves para os seus negócios e questionou o Projeto Apolo, em Minas Gerais, que disputa com a proposta de criação de um parque nacional uma das últimas áreas intactas de Mata Atlântica na Serra da Gandarela.

- Quanto ao tópico que se referiu à aprovação do Orçamento de Capital da Vale, Danilo Chammas, advogado da Rede Justiça no Trilhos, do Maranhão, discorreu sobre os riscos decorrentes do ritmo acelerado com que está se dando a ampliação dos investimentos no Complexo Carajás, em especial a duplicação da ferrovia da mineradora. Além de citar os inúmeros casos de mortos e feridos graves vitimados pela ferrovia, Chammas alertou que este e outros projetos foram suspensos pelo Ibama e pela justiça do Maranhão em função de problemas ambientais.

- Quanto ao tópico que se referiu a investimentos em segurança e saúde do trabalhador, Gerson Castellano, diretor do Sindicato dos Petroquímicos do Paraná, apresentou os dados sobre o crescente número de acidentes de trabalho – só em 2011, foram 11 os mortos em acidentes de trabalho – e conflitos da empresa com sindicatos e representantes dos trabalhadores no Brasil e nos outros países onde atua.

“Cumprimos nosso papel, como acionistas da Vale e membros de organizações sociais, de alertar e denunciar práticas da empresa que podem causar danos a sua saúde financeira e moral. Garantimos espaço para falar e deixamos muitos sócios e diretores constrangidos e contrariados, principalmente quando falamos do prêmio de pior empresa do mundo que a Vale ganhou este ano”, explica Andressa Caldas. Segundo ela, porém, alguns questionamentos foram respaldados, como as denúncias sobre as práticas insustentáveis da mineradora TKCSA, no Rio de Janeiro, da qual a Vale é Sócia.

“Não estamos de acordo com a política deles [TKCSA], mas não temos poder de gestão, somos acionistas minoritários. Concordamos com vocês”, disse Clovis Torres, Consultor Geral da Vale. À pergunta sobre porque a empresa não se retira da sociedade, Torres explicou que o problema é que ninguém quer comprar essas ações.

Relatório de insustentabilidade
Após os protestos da manhã, as organizações da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale lançou, durante uma coletiva de imprensa, o primeiro Relatório de Insustentabilidade da Vale, um documento-sombra do ‘Relatório de Sustentabilidade’ da empresa, que visa mostrar seu alinhamento com os princípios internacionais de responsabilidade social e ambiental.

Mantendo a estrutura do Relatório de Sustentabilidade lançado em 2011, último disponibilizado pela empresa, o documento sombra rebate dados e números sobre trabalho, saúde, comunidades afetadas, emissão de poluentes, geração de resíduos, etc., com base nos mesmos critérios do Global Reporting Initiative, as diretrizes do Pacto Global da ONU e do ICMM (Conselho Internacional de Mineração e Metais).

Em relação a questões ambientais,  o relatório aponta que a Vale impactou, no último ano de registro, 18,26 km2 de floresta amazônica. Suas emissões de poluentes aumentaram 70% entre 2007 e 2010,  e a empresa gerou76 milhões de toneladas de  efluentes líquidos e  446 mil toneladas de resíduos.

Em relação à segurança no trabalho e no entorno dos projetos da mineradora, o relatório aponta o número de 11 mortes e 124 acidentes graves ou fatais na Ferrovia Carajás. O documento também denuncia que a empresa diminuiu os gastos no setor, trazendo o exemplo de dois trabalhadores canadenses soterrados e mortos este ano na mina de Sudbury, em função de negligência com acúmulo indevido (e reportado) de água nos canais de escavação.

Justiça suspende licença e ordena consulta indígena para unsina Teles Pires, na divisa entre PA e MT

28/03/2012 
Do MPF / PA



A Justiça Federal no Mato Grosso declarou inválida a licença de instalação da usina hidrelétrica de Teles Pires, que está sendo construída no rio de mesmo nome, na divisa com o estado do Pará. A juíza federal Célia Regina Ody Bernardes suspendeu também todas as obras, “em especial as detonações de rochas naturais que vêm ocorrendo na região do Salto Sete Quedas”, local considerado sagrado pelos índios Kayabi, Munduruku e Apiaká.

“Os documentos juntados nestes autos demonstram que a Licença de Instalação nº 818/2011 não atendeu à normativa constitucional e convencional acerca das sensíveis questões envolvidas no complexo licenciamento ambiental da UHE Teles Pires. O Ibama emitiu a Licença sem, antes, ouvir os povos indígenas afetados, em especial aqueles que cultuam o Salto Sete Quedas como lugar sagrado”, diz a decisão judicial. “Agindo assim, o Ibama descumpre obrigação internacionalmente contraída pela República Federativa do Brasil, notadamente a de aplicar a Convenção 169 da OIT sobre povos indígenas e tribais”, conclui.

“Os documentos juntados aos autos tanto pelos autores (MPF) quanto pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires S.A demonstram que o processo de diálogo previsto no artigo 6º e a participação prevista no artigo 7º da Convenção 169 da OIT não ocorreram. Também não encontrei sequer uma linha nos autos a indicar que as manifestações dos povos indígenas atingidos influíram de algum modo no processo decisório, seja para a tomada de decisão de instalar a usina, seja para a adoção de medidas mitigadoras dos danos que suportarão essas coletividades”, afirma a juíza Célia ao declarar inválida a licença concedida pelo Ibama.

Funai – Entre os documentos do licenciamento ambiental da usina, um ganha destaque no processo judicial. É um ofício de 2010 em que a Fundação Nacional do Índio (Funai) afirma que só poderá concordar com uma Licença de Instalação para o empreendimento se forem atendidas integralmente uma série de condicionantes, entre as quais a conclusão de estudos indígenas e cuidados especiais com a região do salto Sete Quedas pela sua importância simbólica e também para a alimentação indígena.

A juíza destaca que a área do salto é de reprodução de peixes migratórios, base alimentar da população indígena e cita as conclusões da própria Funai, que considera o salto como “refúgio da vida aquática”. “Quando esses ecossistemas são descaracterizados, o domínio dos espíritos também é afetado”, explica parecer em que a Funai rejeitou os estudos feitos pelo consórcio construtor da usina.

“O salto Sete Quedas é um local sagrado para os Munduruku, que crêem nele viverem vários espíritos, notadamente a Mãe dos Peixes, o músico Karupi, o espírito Karubixexpe e os espíritos dos antepassados. Exatamente por isso é que as corredeiras também são conhecidas como Uel, que significa lugar onde não se pode mexer”, registra a liminar.


Fonte: Brasil de Fato


 Governo vê risco de greves atrasarem obras no Madeira-fonte

28/03/2012 
Por Leonardo Godoy e 
Anna Flavia Rochas
Reuters

O governo está preocupado com a greve nos canteiros das hidrelétricas do Rio Madeira (RO) e já vê possibilidade de atraso nos cronogramas das obras das usinas de Santo Antônio e Jirau, disse uma fonte que acompanha o andamento das negociações.

Como medida de precaução, a pedido do estado de Rondônia, a Força Nacional de Segurança Pública está mantendo homens de prontidão nas proximidades dos canteiros.

No ano passado, um tumulto eclodiu no canteiro de Jirau, durante o qual até alojamentos foram queimados.


Procurada, a assessoria de imprensa da Energia Sustentável do Brasil, responsável por Jirau, informou que não há por enquanto estudos sobre eventuais atrasos no cronograma.


A Santo Antônio Energia informou, também via assessoria de imprensa, que não se posicionaria neste momento.


A votação secreta dos trabalhadores sobre a retomada das atividades em Jirau, que estava marcada para esta quarta-feira, foi adiada segundo a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom).

"(O plebiscito) não foi realizado. Deveria ter sido realizado se houvesse clima de tranquilidade para fazer", disse o presidente do Conticom, Claudio Gomes.
 
Segundo o representante do sindicato o clima é "tenso" no canteiro, mas ele negou que haja violência. Ele disse que uma comissão de trabalhadores que participam das negociações foi impedida de entrar no canteiro de Jirau pela construtora Camargo Correa, que lidera as obras.


A Camargo Correa negou ter impedido a entrada no canteiro.


A greve no canteiro da usina hidrelétrica Jirau culminou também na greve no canteiro da outra usina do rio Madeira, a hidrelétrica de Santo Antônio.


Na quinta-feira, haverá a audiência conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho, em Porto Velho, em mais uma tentativa de se chegar a um acordo.


Inicialmente, os trabalhadores de ambas as usinas pediam um aumento salarial de 30 por cento, entre outras reivindicações. Os sindicatos, no entanto, tem agora uma proposta de antecipação do aumento salarial de 8 por cento, no caso da usina hidrelétrica Santo Antônio, mas ainda não há consenso formal entre trabalhadores e empreendedores sobre a proposta.


A usina hidrelétrica Santo Antônio (3.150 MW) está sendo construída pelo consórcio Santo Antônio Energia, formado por Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e pelo FIP Amazônia Energia. A Odebrecht lidera as obras civis e a estimativa era de que a usina entrasse em operação comercial ainda no início deste ano.
 
Já a usina Jirau (3.750 MW) é de responsabilidade da Energia Sustentável do Brasil, da qual fazem parte a GDF Suez, Camargo Correa, Eletrosul e Chesf. A previsão é de que a usina comece a operar no final de 2012.

 Fonte: UOL

Consórcio da hidrelétrica solicitou registro junto à ONU para entrar no lucrativo mercado de carbono; entidades contestam

23/03/2012 
Por Verena Glass

 

No início deste ano, cenas de casas ribeirinhas arrastadas pela força das águas do rio Madeira, em Rondônia, acompanharam a abertura das comportas da hidrelétrica de Santo Antonio, uma das principais obras do PAC na Amazônia. Os impactos sobre moradores das barrancas do rio foi tão forte, que os Ministérios Públicos Federal e Estadual intervieram e obrigaram o Consórcio Santo Antônio Energia, S.A a se responsabilizar pelos danos e realocação dos dezenas de desabrigados.

Este foi apenas o último capítulo de uma série de problemas ambientais e sociais que vêm se acumulando na conta da usina, que agora quer se beneficiar economicamente com a venda de créditos de carbono através de registro junto ao MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), instrumento criado pelo Protocolo de Kyoto para incentivar projetos ambientalmente responsáveis.

De acordo com a solicitação da Santo Antônio Energia, S.A. (SAESA), a usina deverá emitir zero de Gases de Efeito Estufa (GEEs), além de trazer melhorias na qualidade de vida da população local. Isso lhe daria o direito de negociar créditos de carbono equivalentes a 51 milhões de toneladas de emissões CO2/equivalente evitadas (em fevereiro, o preço mínimo de uma tonelada de CO2/equivalente girava em torno de US$ 30 no mercado internacional).

Aberta à consulta pública até 21 de março, a solicitação de registro da usina Santo Antonio junto à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) foi enfaticamente contestada por organizações ambientais nacionais e internacionais (International Rivers, Conselho Indigenista Missionário, FASE Amazônia, Forum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável, Instituto Socioambiental, Terra de Direitos, entre outros) e por especialistas no tema.

Impactos sociais e ambientais
De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), Philip Fearnside, do ponto de vista técnico, o projeto da Santo Antônio Energia é um engodo. “Nenhuma das supostas reduções de CO2/equivalentes do projeto é real, e aprová-lo seria um retrocesso nos esforços de combate às mudanças climáticas”. Segundo Fearnside, tanto a decomposição da vegetação submersa pelo reservatório quanto a própria pressão das águas ao passarem pelas turbinas, emitirão um grande volume de GEEs. O pesquisador também explica que os projetos de MDL só poderiam receber o registro se a pretensa diminuição de emissões de GEEs não ocorreria sem os financiamentos deste mecanismo. No caso de Santo Antonio, a usina foi planejada pelo governo brasileiro e financiada por estatais com a total expectativa de lucrar sem os recursos adicionais do MDL. Nenhuma das 51 toneladas de redução de emissões é adicional ao projeto pré-existente, diz Fearnside.

Os opositores ao registro também listaram inúmeros outros impactos da hidrelétrica que, com Jirau - a outra usina construída no rio Madeira –, é considerada responsável pela extinção de espécies endêmicas de peixes, por ameaçar indígenas isolados, e pelo desmatamento recorde no município de Porto Velho em 2010. A Repórter Brasil também denunciou infrações trabalhistas na obra da hidrelétrica em 2009. A presença das usinas também está relacionada a uma epidemia de violência, prostituição infantil, consumo de drogas na região.

“A solicitação do MDL para a usina Santo Antonio é claramente manipulada para rebaixar seus impactos sociais e ambientais. O projeto é não adicional, insustentável e mais propenso a aumentar do que a diminuir a emissão de GEEs. A aprovação deste projeto poderia criar um precedente extremamente perigoso para o MDL”, afirmam as entidades.

Saiba mais: o que é o MDL?
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é o principal instrumento de flexibilização das metas de diminuição de emissões de Gases de Efeito Estufa, criados pelo Protocolo de Kyoto, e é aplicável a projetos em países que não têm metas de redução de emissão de GEEs. Permite que países desenvolvidos financiem projetos de redução ou comprem os volumes de redução de emissões resultantes de iniciativas desenvolvidas em países emergentes. A participação dos países envolvidos com o projeto deve: ser voluntária e aprovada pelos órgãos governamentais competentes de cada país; a atividade do projeto deve resultar em benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo, relacionados com a mitigação das mudanças climáticas; as reduções de emissões de GEEs devem ser adicionais ao que ocorreria na ausência da atividade do projeto; a atividade do projeto deve contribuir para o desenvolvimento sustentável, segundo as diretrizes do país anfitrião.

Fonte: Brasil de Fato

 

Pontes em SP recebem faixas contra as alterações no Código Florestal


06/03/2012 
Por José Neto
da Redação

 Três banners foram colocados ontem pela manhã em São Paulo, nas pontes do Paraíso, Sumaré e Cidade Universitária. Cada faixa contém as seguintes frases: “No Dia das Mulheres, dê florestas. Deputados, não destruam o Código Florestal”.

A ação foi organizada pelo Movimento Brasil pelas Florestas e tem como objetivo chamar a atenção para a votação da alteração do texto do Código Florestal, que pode acontecer hoje e amanhã, na Câmara dos Deputados. Ao mesmo tempo, associa a proximidade da votação com o Dia das Mulheres, pedindo a preservação das florestas.

Essa ação faz parte de uma campanha que o Brasil pelas Florestas iniciou na semana passada, portanto, não foi uma ação isolada. Na primeira etapa , os integrantes do movimento sugeriram pela internet que no Dia das Mulheres (08 de março) os deputados dessem florestas de presente. A primeira etapa da campanha trazia uma foto da presidenta Dilma segurando um“buquê de árvores”.

A segunda fase foi realizada no último dia 3 de março, com a exibição do filme “Toxic: Amazon”, de Filipe Milanez, o qual aborda os conflitos entre grandes fazendeiros e pequenos agricultores.

“A ação que fizemos ontem, contempla a terceira fase do projeto, na qual penduramos estes banners como tentativa de fazer com que a mensagem chegasse aos deputados e à própria presidenta. Conforme já mencionado, fizemos isso em três grandes pontes da cidade. Aproximadamente 25 pessoas fizeram parte da ação” comenta Felipe Pimental, ativista do Movimento Brasil pelas Florestas.

Para o movimento, as mudanças representam um retrocesso na legislação socioambiental brasileira, pois favorece o aumento do desmatamento e anistia infrações e crimes ambientais, emitidas até julho de 2008, incitando à impunidade.

 
O texto, se for aprovado na Câmara, será submetido ainda à sanção da presidenta Dilma Rousseff que, durante a campanha eleitoral de 2010, assinou compromisso de que vetaria quaisquer dispositivos que anistiassem crimes ambientais e promovessem desmatamentos. “Por isso, a posição do movimento, caso isso aconteça, é exigir o veto da presidenta, cobrando que seja cumprido o que foi prometido”, diz o integrante do movimento.


Questionado sobre a postura da sociedade perante as alterações do código, Felipe foi enfático ao dizer que “a sociedade pode (e deve) entrar em contato, seja por e-mail, mensagem em rede social, telefone, enfim, entrar em contato com seus deputados eleitos e expressar sua opinião sobre o assunto, cobrando uma posição favorável à floresta em pé”. Pesquisas demonstram que a maior parte dos entrevistados não concorda com as alterações no texto do Código Florestal, mas, segundo ele, infelizmente estes números não se traduzem em ação. “As pessoas estão simplesmente esperando por um milagre. E isso não vai acontecer.”


O Movimento Brasil Pelas Florestas é apartidário, com base em São Paulo, sem vínculos com instituições e empresas, apenas parcerias e apoiadores. Ele surge como uma demanda da sociedade pela conservação do patrimônio ambiental e étnico do Brasil, tendo em vista a sua importância para a sustentação da sociedade humana em todas as suas dimensões.


Fonte: Brasil de Fato

Milhares de ativistas protestam contra a Usina Hidrelétrica de Belo Monte pelo Brasil


20/08/2011
Portal R7

Milhares de pessoas tomaram as ruas de várias cidades do Brasil neste sábado (20) para protestar contra a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará), que deixará cerca de 50 mil índios e lavradores desabrigados, segundo diversos movimentos sociais.

As maiores manifestações foram realizadas em São Paulo e Belém, cuja região sul abrigará a terceira maior hidrelétrica do mundo depois de Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai, e a chinesa Três Gargantas.

"A represa de Belo Monte significa a última punhalada no coração da Amazônia", declarou em Belém o presidente do Conselho Indigenista Missionário, Erwin Krautler, que é também bispo prelado do Xingu.

Na região, as obras inundarão 516 km2 de floresta e que, segundo os povos ribeirinhos, vai obrigar a remoção das famílias de cerca de 50 mil.

Além de Belém, onde 2.000 pessoas se mobilizaram, e São Paulo, houve manifestações similares em Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador, Santarém, Florianópolis, Cuiabá, Manaus e Belo Horizonte.

Os manifestantes entoaram palavras de ordem contra as obras e lembraram que contam com o apoio de diversos organismos tanto do Brasil como do exterior, entre os que citaram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Anistia Internacional.

Projeto foi criado na década de 1970 pela ditadura militar 

O projeto de Belo Monte foi criado na década de 1970 pela ditadura militar e ressuscitado nos últimos anos pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na retomada do empreendimento também teve um importante papel a atual presidente Dilma Rousseff, que foi uma de suas impulsoras como ministra de Lula e o considera como uma das iniciativas energéticas mais significativas para a Amazônia.

A hidrelétrica de Belo Monte, que deverá entrar em operação em 2015, será construída a um custo de US$ 10,6 bilhões e sua capacidade de geração será de um máximo de 11.233 megawatts nos períodos de cheia do rio Xingu.

O governo defende a necessidade desta represa para garantir o abastecimento de energia ao país e nega que a obra vai inundar as terras indígenas.

Fonte: Portal R7

  

Intervenção de ativistas do Brasil Pelas Florestas em palestra sobre a UHE de Belo Monte


 

12/08/2011
Brasil Pelas Florestas 

Durante palestra da empresa Norte Energia (concessionária das obras de construção da usina hidrelétrica Belo Monte) realizada em 11 de agosto de 2011 na feira “Expo Construction”, em São Paulo, oito ativistas interromperam, por oito vezes, a apresentação do Engº. Luiz Rufato sobre as obras da usina. 

De maneira coordenada, os manifestantes independentes levantaram-se, um por vez, em intervalos programados de 5 minutos e usaram a sua voz para expor e fazer questionamentos ao palestrante e à empresa sobre os impactos sócio-ambientais da obra. 

O tempo de fala de cada um só foi limitado pelo tempo que puderam resistir à expulsão realizada com o uso de força pelos seguranças da feira, que aumentaram em número no decorrer dos 35 minutos de duração da ação, mostrando-se bastante tensos diante do desconhecimento de qual membro da platéia com 150 congressistas seria o próximo a causar a interrupção.

 

São Paulo tem um novo protesto para o fim de semana 

 

19/07/2011
Karina Miotto
Ecoamazônia

 Protestos contra a construção da usina Belo Monte, no rio Xingu, bem como a aprovação do novo Código Florestal, continuam acontecendo em São Paulo. Na tarde do último domingo, dia 17, a cidade foi novamente o cenário para a terceira manifestação do gênero. De acordo com o comitê organizador, mais de 500 pessoas compareceram e agiram conforme o que chamam de "sit in" ou "sit down", ou seja, ocuparam vias públicas caminhando ou se sentando sobre elas. O local escolhido foi um dos cruzamentos da avenida Paulista.

Dois dias antes da manifestação, o físico Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou em palestra na 63ª Reunião Anual da Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC) que o impacto da usina não será tão intenso e que o governo deveria ter consultado a sociedade civil para a construção da usina. “Não acredito que os protestos abalem o governo”, complementa Telma Monteiro, especialista quanto à construção de barragens na Amazônia.


No total, as manifestações em São Paulo já reuniram mais de três mil pessoas. De acordo com Paulo Fonseca, um dos organizadores, outro ato ocorrerá na cidade em 31 de julho e deverá preceder um maior, de âmbito nacional, já marcado para 20 de agosto. "Achamos importante lembrar que o Movimento Brasil pela Vida nas Florestas é um evento apartidário, sem vínculos com empresas ou instituições, tendo como principal objetivo representar diretamente a sociedade civil", explica Paulo.


Fonte: O Ecoamazonia

 

Saiba como foi o debate na Casa Jaya sobre a UHE Belo Monte.

14/08/2011
Movimento Brasil Pelas Florestas.
Ecoamazônia

 Segunda-feira, 14 de agosto, ocorreu o Fórum-debate sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. 

 Contou com a presença de Aline Arruda (Advogada ambiental), Verena Glass (Jornalista - Xingu Vivo), Célio Bermann (Professor da Pós graduação do Instituto de Eletrotécnica e Energia - USP),Rodrigo Guim (Ecólogo e Antropólogo), André Amaral (Biólogo, Mestre em Ciências Ambientais) e Flávia Cremonesi (Bióloga e Designer em Sustentabilidade e Permacultura).

 

 

 

 
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